sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Algo a mais

Em reportagem sobre o desafio do setor elétrico para o próximo presidente, o Valor publicou uma matéria com o gráfico abaixo.


Notou algo de estranho? Dica: está no eixo horizontal.

Os intervalos não são regulares. Até o penúltimo dado segue um intervalo de um ano, de repente usa-se um intervalo de 30 dias para apresentar a previsão para o final de outubro.
Só que antes de comentar as escolhas feitas no desenho do gráfico, pode-se discutir algo sobre os dados do gráfico. Por que a data de 1º de outubro como referência para o nível dos reservatórios? A única explicação que me ocorre é que era o último dado disponível para 2018 e se quis mostrar como estava na mesma data nos anos anteriores, pois não há nenhuma menção explícita na matéria à alguma peculiaridade do dia. Há menção ao final do período seco, que termina em novembro. Portanto, faria mais sentido usar essa data como referência. Todavia, na falta de previsão do ONS (Operador nacional do Sistema) para o final de novembro, poder-se-ia usar o final de outubro como uma referência, até mesmo porque não raro já há o início da recomposição dos níveis dos reservatórios da região Sudeste,(responsável pela maior parte do armazenamento, durante novembro.
Assim o gráfico foi refeito utilizando o final de outubro como referência.


Mudanças: 
  • a primeira e mais visível é que o gráfico está mais estreito. Economiza-se espaço sem perda da informação. 
  • O intervalo é constante: um ano entre cada dado. 
  • Não foi incluído o dado do nível dos reservatórios no início de outubro, último dado real. Poderia ter incluído junto com a estimativa para o final do mês, mas as diferenças são pequenas e representaria mais um acréscimo de sujeira do que de informação.
  • A ordem das regiões foi modificada, com os dois grandes blocos (Sul;Sudeste e Norte/Nordeste) juntos.
  • Utilizou-se apenas uma casa decimal para representar os valores.
  • Como já comentado, os dados se referem ao final do mês |(dia 31) em vez do início (dia 1º). Chama atenção a diferença entre os dados de um gráfico para o outro. o motivo é o  esvaziamento dos reservatórios durante o período (ou enchimento, no caso do Sul), exceto em relação aos dados do Nordeste de 2017: parece que o gráfico original utilizou um dado equivocado, pois na base de dados do ONS consta outro valor para àquela data.





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