terça-feira, 7 de agosto de 2018

Gráfico do dia: quando o autor não confia em gráficos

É curioso, mas muitas pessoas fazem gráficos sem confiar neles. Um indício é quando colocam todos os números, como se não confiassem na capacidade do observador de perceber a mensagem sem eles. Se a precisão dos números é tão importante assim é melhor usar uma tabela. A função primordial dos gráficos é consolidar muitas informações para que padrões (ou suas ausências) possam ser identificados visualmente.
Uma matéria publicada pela revista Época sobre o eleitorado feminino foi acompanhada por três gráficos. Repare que a maior parte da área dos gráficos é ocupada por legendas, com pouco espaço destinado à informação visual propriamente dita.
 Os gráficos foram refeitos (ver abaixo). O primeiro foi substituído por um gráfico de linhas, com o eixo vertical cortado para facilitar a visualização, com o eleitorado feminino ultrapassando o masculino. Nos outros dois gráficos foi mantido o padrão de barras, mas enfatizando a informação visual - e em ambos foram acrescidas barras para a categoria "não informado".
O gráfico por faixa etária tem um problema de intervalos irregulares nas categorias, que variam de um a quinze anos, sem considerar a categoria de maiores de 79 anos. Assim, a categoria que aparece com a maior proporção (45 a 59 anos) é a que abrange o maior intervalo. Isso se manteria se fosse adotada uma escala mais regular? Definitivamente não.

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